
Desenvolvedora: From Software
Produtora: Sony Computer Entertainment America
Data de lançamento: 24 de Março de 2015
Versão testada: Playstation 4 (Only On)
Reviewer: Gabriel Quirino
Bloodborne
Bloodborne é um RPG de ação, da mesma família de Dark Souls (mesmo não tendo conexão com os mesmos), desenvolvido pela From Software e lançado em março de 2015. Dificuldade, ação, mistério e muito desafio aguardam o jogador nesse exclusivo fantástico. É difícil escolher um lugar para começar o review. São muitos os pontos de destaque em Bloodborne.
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No início do game, podemos criar nosso personagem como bem entendermos. Sexo, aparência e idade são opções já conhecidas por jogadores de RPG. Aqui, porém, não existem classes, mas sim a Origem do personagem. Cada Origem possui uma característica diferente, que implica nos pontos iniciais do personagem.
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Como qualquer outro jogo da série Soulsborne (junção de Demon’s/Dark Souls com Bloodborne, que apesar de não serem conectados, são jogos semelhantes), a história é contada da forma mais vaga e discreta possível. O que se sabe logo no começo do game é que controlamos um caçador viajante dentro de um pesadelo, numa “noite de caçada” na cidade de Yharnam. Ao morrermos pela primeira vez encontramos o Sonho do Caçador, onde uma autômato nos dá apoio em nossa aventura.
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E que aventura é essa que nos espera: cidadãos loucos, criaturas horríveis, loucos religiosos, acontecimentos que desafiam a lógica e o bom senso e até mesmo que nos tocam o coração, tudo isso numa cidade gótica, devastada e infestada de mistérios. Essa noite de caçada será longa, desesperadora e incrivelmente divertida.
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A dificuldade do game é o que se pode imaginar, vindo da From Software e seu diretor Miyazaki Hidetaka: aprenda ou morra continua sendo o lema, com inimigos que definitivamente NÃO perdoam o menor dos erros. E não estou falando dos chefes, mas sim dos inimigos “normais”, que encontramos nos cenários. Para “ajudar”, aqui não possuímos escudos como em Dark Souls: eles foram trocados por armas de fogo, explicadas melhor adiante. Os inimigos são rápidos, espertos e loucos para te pegar de guarda baixa, além de alguns deles terem poderes incrivelmente “roubados”, mas nada que seja muito injusto. Os chefes são os mais “deliciosos” de se enfrentar em toda a série SoulsBorne. São todos rápidos, sedentos por sangue e não descansam até te verem morto ou morrerem. Todos os inimigos foram muito bem construídos e nunca estão “à toa” em um cenário.
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E falando em cenário, Bloodborne é um arraso neste aspecto: desde a bela Yharnam Central até o Castelo Cainhurst, não há localidades em que o jogador não pare para contemplar por alguns segundos, seja por sua beleza, seja por sua aura de desespero. Embora a maioria dos cenários sejam as construções de Yharnam, há algumas variações interessantes, como os pântanos, o dito Castelo de Cainhurst e a Fronteira.
Para enfrentarmos todos os perigos desta noite, temos a nossa disposição algumas armas. Aqui, temos duas opções de armas: as da mão direita, que são as armas principais e que causam mais dano, e as armas da mão esquerda que são as de fogo. Nas armas da mão direita, também chamadas de Armas de Truque, temos machados, cutelos, espadas, chicotes, foices e martelos. A justificativa de o nome ser Armas de Truque está no fato de que cada arma possui duas formas, trocadas ao pressionar L1. Por exemplo: o Bastão Enroscado normalmente tem a forma de uma bengala que lembra uma espada, e ao pressionar L1, ele vira um chicote. É muito interessante ir atrás de outras armas só para ver como são suas duas formas, pois com certeza haverá uma que ganhará seu coração de caçador.
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No começo do game, ao morrermos pela primeira vez e sermos levados ao Sonho do Caçador, podemos escolher uma entre três armas iniciais: o Cutelo Serrado, o Machado de Caçador e o Bastão Enroscado, sendo que cada um escalona com determinado atributo do personagem. Também podemos escolher entre a Pistola de Caçador e o Bacamarte de Caçador. As armas de fogo são carregadas com Balas de Mercúrio, que podem ser encontradas pelos cenários ou compradas com o vendedor no Sonho. Elas substituem os escudos no sentido de que um tiro no momento certo durante o ataque do inimigo o deixa atordoado por alguns segundos, dando oportunidade ao poderoso Ataque Visceral. Dentre as armas de fogo, há pistolas, rifles, pequenos lança-chamas e até mesmo um canhão.
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Também há as Ferramentas de Caçador, itens que possuem um poder especial. São uma espécie de magia. São nove Ferramentas que podem ser coletadas durante o game, e para usá-las deve-se possuir Balas de Mercúrio.
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As armas podem ser melhoradas com as Pedras de Sangue, que são divididas em diversos fragmentos. Cada arma pode ser evoluída até o nível 10, porém, para tal, é necessário um item que é único por jogada: Rocha de Sangue. As armas também podem ser equipadas também com Gemas de Sangue, que aumentam ou alteram o tipo de dano da arma.
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O personagem pode ser equipado com Runas, que são semelhantes às Gemas das Armas. Cada Runa dá um efeito diferente, como: mais HP, mais Vigor, mais Balas, etc. Podem ser equipadas até quatro runas.
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Aliando-se a novidade das armas de fogo, o rolamento de Dark Souls foi substituído por uma esquiva enquanto a mira estiver travada em um inimigo. A esquiva consiste de uma “passada longa” para algum dos lados. É bem mais rápida que o rolamento, mas também mais suscetível a ataques no meio de sua execução.
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A forma de se curar também sofreu uma drástica alteração. Agora não possuímos mais um item de cura que “enche” quando descansamos. Os Frascos de Sangue são consumíveis que vieram no lugar dos Estus Flasks. Literalmente, se eles acabarem, você não terá mais como se curar, e será obrigado a ir farmar em áreas com inimigos que os derrubem ou comprar no vendedor do Sonho.
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E falando no sonho, aqui também não há algo parecido com a fogueira que víamos em Dark Souls. Há apenas Lâmpadas, que servem de checkpoints e para retornar ao Sonho do Caçador.
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As novidades citadas nos últimos parágrafos demonstram uma mudança significativa no gameplay se compararmos com Dark Souls: Bloodborne é para ser jogado de forma ofensiva, “partindo para cima”. Obviamente deve-se tomar cuidado, mas lembrar-se de sempre manter uma postura ofensiva .Deixar a batalha durar muito é a pior das opções, pois quem sai perdendo é sempre o jogador.
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A moeda do jogo são os Ecos de Sangue, representados pelo contador no canto superior direito. Toda vez que o jogador morre, os Ecos carregados são derrubados no local da morte, podendo ou não ser pegos por algum inimigo. Se forem pegos, basta matar o inimigo que os pegou (representado por seus olhos brilhantes); caso morra antes de recuperá-los, já era. Essa moeda é utilizada tanto para comprar itens, quanto para melhorar os atributos do personagem.
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Não há pontos de experiência em Bloodborne. Há seis atributos que podem ser melhorados, e cada vez que aumentamos um ponto em qualquer um deles, nosso nível sobe em um. São eles: Vitalidade, Resistência, Força, Perícia, Matiz de Sangue e Arcano.
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Uma novidade interessantíssima é o sistema de Discernimento, representada pelo contador abaixo dos de Ecos de Sangue. Inicialmente zero, o Discernimento aumenta sempre que encontramos uma nova área, um chefe ou utilizamos o item Conhecimento de Louco. Discernimento é, basicamente, a capacidade do personagem de distinguir o que é real e o que é o sonho, e quanto mais alto o Discernimento, mais o “mundo cruel” do jogo é visto pelo personagem e, consequentemente, mas difícil o jogo fica. Com Discernimento baixo, o jogo fica mais fácil, mas menos itens e Ecos são obtidos pelo jogador.
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Fora das áreas da história do jogo há o sistema de Cálices, que são basicamente calabouços extras, completamente opcionais. Para ter acesso aos calabouços, basta pegar os cálices durante o jogo principal e realizar seu ritual em uma das lápides no Sonho. Os calabouços começam simples, mas conforme o jogador os completa e habilita os posteriores, o negócio começa a ficar feio (Cálice Amaldiçoado e Maculado... ainda tenho pesadelos).
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Um último ponto antes da conclusão é a trilha sonora do game. Não há nenhuma música de fundo durante a jornada, exceto nas lutas contra chefes. A sensação de solidão e desespero é exaltada ao máximo com a falta de música, e toda a importância, desafio e imponência dos chefes são ressaltados com suas excelentes faixas, compostas por Yuka Kitamura, Ryan Amon, Cris Velasco, Nobuyoshi Suzuki, Tsukasa Saitoh e Michael Wandmacher.
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Enfim: Bloodborne é OBRIGATÓRIO para aqueles que gostam de desafios, mecânicas recompensadoras e histórias bem feitas, além de ser totalmente dublado em nosso idioma. Tudo no jogo foi muito bem construído e pensado, com capricho e carinho. É difícil apontar defeitos no game, mas as quedas framerate em alguns pouquíssimos momentos e as poucas armas disponíveis são os únicos relevantes. A From Software se superou com o título, e de longe é o mais desafiador de toda a série SoulsBorne talvez até o de todos os jogos de PS4.
Conclusão:
Gráficos: 10
Jogabilidade: 10
Som: 10
Minha opinião: 10
Total: 10
Pontos Positivos:
- Mundo fascinante e misterioso
- Gameplay fluido e viciante
- Discernimento
- Trilha sonora
- Inimigos criativos e bem feitos
- Chefes
- Dificuldade alta e desafiadora, porem recompensadora
- Personagens interessantes
- A dublagem é boa
Pontos Negativos:
- Poucas armas
- Queda de FPS em alguns momentos
- A dificuldade pode afastar os mais casuais