
Desenvolvedora: From Software
Produtora: Bandai Namco Games / From Software
Data de lançamento: 11 de Março de 2014
Versão testada: Playstation 3
Reviewer: Gabriel Quirino
Dark Souls II
Dark Souls 2 é um RPG de ação desenvolvido pela FromSoftware e distribuído pela Bandai Namco Games, lançado em 2014. Dando continuidade à série Souls, iniciada com Demon’s Souls, a dificuldade continua alta e continua exigindo bastante habilidade e criatividade do jogador. Se passando no mesmo universo, mas sem conexões, de Dark Souls, agora o jogador é convidado a explorar o misterioso, e em ruínas, Reino de Drangleic.
Como de costume, pouco se sabe da história do jogo no início. Um humano, o jogador, adquire uma maldição que o transforma em um Hollow(“vazio”, basicamente, um morto-vivo, não confundir com “zumbi”). O humano viaja para o Reino de Drangleic e lá recebe um objetivo, a fim de reverter a maldição: adquirir a alma de quatro poderosos mortos-vivos, que estão localizados em diferentes locais do vasto Reino. É possível encontrar fragmentos da história de Drangleic através da descrição dos itens e magias, pois ninguém te fala nada do que está acontecendo.
O gameplay continua sendo o destaque do game. Um RPG de ação extremamente fluído, viciante e cheio de mecânicas complexas e que servem pra dificultar a vida do jogador. Há oito classes iniciais disponíveis, porém, um diferencial de Dark Souls é o de a classe inicial ser apenas uma referencia. Ou seja, o jogador pode escolher Cavaleiro, por exemplo, e durante o jogo investir nos atributos de Feiticeiro, formando assim um hibrido. Outro diferencial do game é que não há pontos de experiência. Após matar algum inimigo, o jogador sempre ganha dinheiro, “almas” é a moeda do jogo, utilizada para comprar os mais diversos itens... E evoluir os atributos do seu personagem.
Isso mesmo, aqui se deve pagar com o mesmo dinheiro dos itens para evoluir. O preço é um só para todos os atributos, e a cada ponto comprado o nível do jogador sobe em um. Por exemplo: o nível do jogador é 12, então ele melhora os atributos Vigor e Resistencia, dando um ponto para cada; o nível sobe para 14. Outro detalhe é que o preço aumenta toda vez que um ponto é comprado. No meu gameplay atual, custa mais de 90.000 almas para evoluir um atributo do meu personagem, que está nível 217. Loucura, não?
Você vai morrer muito. Essa é a verdade universal da série Souls e aqui não poderia ser diferente. Porém, um conceito que havia em Demon’s Souls retorna aqui: a limitação da barra de vida após a morte. Toda vez que o jogador morre, a barra de vida “diminui” (na verdade, ela começa a encher só até determinado ponto), até chegar a um determinado nível mínimo. Para resolver este problema, o jogador deve consumir um item muito escasso chamado “Efígie Humana”, que devolve ao jogador sua forma humana. A barra de vida volta ao normal, porém, se o personagem morrer, ele perde sua humanidade e volta a ser morto-vivo, além da barra de vida começar a diminuir novamente.
Há diversas opções de armas e roupas. A variedade chega a deixar o jogador indeciso do que usar, pois cada uma tem suas vantagens e desvantagens, e combinando com o fato de poder criar personagens híbridos, um feiticeiro de armadura pesada é bem comum por aí. Para os guerreiros/cavaleiros de plantão, há uma variedade gigante de lâminas que vão desde simples adagas até espadas gigantes “GreatSword” (igual à BusterSword de Cloud, por exemplo). Lâminas gêmeas, martelos, machados, lanças, chicotes e floretes para satisfazer todos os gostos!
Os magos também estão ber servidos. Há quatro tipos de feitiços disponíveis, e quais utilizar fica totalmente a cargo do jogador: Piromancias (feitiços relacionados ao fogo), Sortilégios (feitiçaria negra, tendo várias que consomem almas para se fortalecer), Magias (feitiços ofensivos, focados em pura mana) e os Milagres (feitiços de suporte, porém com alguma capacidade ofensiva). Diferentemente do usual, aqui não há uma barra de mana para limitar os feitiços; cada feitiço tem uma determinada quantidade de uso, que vai aumentando conforme o jogador evolui o atributo “Conhecimento”. Outro ponto dos feitiços é que eles necessitam de um catalizador para serem conjurados. As Magias são catalisadas com um cajado, as Piromancias com a “Chama Piromântica”, os Milagres com um sino sagrado e os Sortilégios variam entre cajado e sino. Ufa.
Outro conceito interessante do game é a fogueira. Presente em todas as áreas do jogo, a fogueira é o único sinal de paz em qualquer lugar do Reino. Inicialmente apagadas, o jogador deve acendê-las para criar uma espécie de “checkpoint”. Mas não só isso: o jogador pode “descansar” na fogueira, o que recarrega sua barra de vida, a condição dos itens, os “Frascos de Estus” (uma bebida que cura o personagem), os usos dos feitiços e até viajar para outras fogueiras. Esta viagem é especialmente útil, pois para aumentar o nível do jogador, é necessário conversar com uma NPC no vilarejo de Majula(o único lugar 100% pacífico do jogo, onde ficam as maiorias dos NPCs vendedores). Entretanto, vale lembrar que toda vez que se descansa na fogueira, todos os inimigos que matou renascem, com exceção dos chefes. Na fogueira, também é possível queimar certos itens, sendo que o “Braseiro da Adversidade” é o que mais se destaca. Ao queimar este item, o jogo aumenta a dificuldade da área onde a fogueira se localiza, fazendo novos monstros nascerem e renascendo até o chefe da área, só que mais forte.
Talvez o segundo ponto que mais atraia os jogadores ao título seja seu multiplayer, que possui um PvP intenso. Basicamente, funciona assim: você está lá, andando tranquilo e sossegado, então, de repente, aparece a mensagem de que o jogador Fulano invadiu seu mundo como um espírito maligno. Isto pode acontecer a qualquer momento, em qualquer lugar (com exceção de Majula). Entretanto, pode-se invocar jogadores ao seu mundo por livre e espontânea vontade, porém para ajuda-lo a passar uma área ou a enfrentar um chefe. Algumas áreas são mais “quentes” para multiplayer do que outras, e há fatores do próprio game que aumentam essa intensidade. Os “Covents”, ou “Pactos”, são religiões que louvam desde coisas até conceitos e que influenciam o gameplay, alguns online, outros off-line. O pacto “Guardiões do Sino” é ativo em duas áreas do jogo e ativa invasões assim que o jogador entra em uma dessas áreas. O pacto “Herdeiros do Sol” é focado em invocar jogadores somente para fins de suporte. Há mais sete pactos espalhados pelo jogo, e cabe ao jogador decidir o melhor para si.
Os gráficos do jogo são espetaculares, um dos melhores do PS3. Os cenários são o destaque gráfico da obra, com vistas incrivelmente belas e de tirar o fôlego. Os chefes também são muito bem feitos e detalhados. Tudo aqui é muito bom, na realidade, não há do que reclamar dos gráficos.
A trilha sonora não aparece muito, mas é muito boa quando é requisitada. O BGM de Majula passa muito bem o sentimento de “o mundo acabou, o que estamos fazendo aqui ainda?”, mas com uma faísca de esperança, com a chegada do jogador. A música dos chefes principais é estupenda, com os sentimentos do épico e da necessidade de vitória se destacando sempre.
Para os fãs de um bom RPG de Ação, Dark Souls 2 é a escolha certa. O jogo é viciante,desafiador e misterioso, perfeito para a maioria dos jogadores que procuram um jogo muito bom e com certo desafio. A opção de “New Game+” aumenta o fator replay ainda mais, pois deixa o jogador recomeçar o jogo mantendo seu nível, seu dinheiro, armas e quase todos os itens do jogo anterior, além de aumentar a dificuldade de todas as áreas (é como se o jogo queimasse um “Braseiro da Adversidade” em todas as fogueiras). É possível jogar até sete “New Game+”, ou seja, é diversão e desafio até dizer “chega!”. Indeciso de qual RPG jogar? Esta é sua escolha definitiva, pois depois de Dark Souls, nenhum RPG de ação vai ter tanta graça quanto este.
Conclusão:
Gráficos: 9
Jogabilidade: 10
Som: 10
Minha opinião: 10
Total: 9.7
Pontos Positivos:
- Mundo fascinante e misterioso
- Gameplay fluido e viciante
- Incontáveis possibilidades de construir seu personagem
- Trilha sonora
- Multiplayer
- Inimigos criativos e bem feitos
- Chefes
- Dificuldade alta e desafiadora, porem recompensadora.
Pontos Negativos:
- Penalidades de morte
- Pouca narrativa