
Desenvolvedora: Nihom Falcom
Produtora: Nihom Falcom / Xseed Games
Data de lançamento: 29 de Março de 2011
Versão testada: Playstation Portable (PSP)
Reviewer: Gabriel Quirino
The Legend of Heroes - Trails in the Sky
The Legend of Heroes: Trails in the Sky é um RPG desenvolvido pela Nihon Falcom e lançado para PSP, no Japão, em 2006. O jogo chegou à América em 2011 pela Xseed Games. Demorou, mas o melhor RPG já lançado para PSP chegou para nós. Com história e narrativa muito bem escritas, personagens super-carismáticos e jogabilidade atrativa, Trails in the Sky não é o melhor à toa.
Originalmente, Trails in the Sky fora lançado para PC em 2004 sendo o sexto título da série “The Legend of Heroes”. Muito aclamado pela crítica, logo ganhou um port para PSP e foi aí que o game estourou. Quem joga no PSP nem imagina que era um game de PC, pois caiu perfeitamente para o portátil.
Os protagonistas são Estelle Bright e Joshua Bright. Sendo recém-formados bracers pela Guilda Bracer, uma organização civil para proteger o povo, os irmãos começam a realizar pequenas tarefas pela cidade a fim de ganharem experiência e subir de rank entre os bracers. Um dia, seu pai anuncia que está indo viajar e só volta em três meses. Porém, acontece de seu voo ser sequestrado por bandidos e seu paradeiro é desconhecido. Preocupados com seu pai, os irmãos, com ajuda de sua amiga/tutora Scherazard, começam a investigar o ocorrido e tentam descobrir onde está seu pai. Pode parecer um enredo simples e genérico, mas a principal jogada da história é escrita por detrás das cortinas e algo muito grande vai se revelando aos poucos.
Os gráficos são apenas bons. Os cenários e os personagens são uma mistura de 2D com 3D que cumprem seu papel. As cidades são muito bem feitas e bonitas. O design dos personagens e das criaturas são muito bons.
A trilha sonora é mais um ponto forte do game, composta por Hayato Sonoda, Wataru Ishibashi eTakahide Murayama e com arranjos de Kohei Wada. A trilha não falha em passar os sentimentos e pensamentos dos personagens e reflete até mesmo a “inocência” deles perante o mundo, os outros personagens e a história. As falas não são dubladas, tendo somente “sons de batalha”.
As batalhas ocorrem no velho “sistema de turnos” comum que os fãs de RPG já conhecem bem. Entretanto, há um elemento de RPG Tático aqui: os personagens devem se mover pelo campo de batalha para desferir seus ataques; um personagem muito longe dos inimigos, por exemplo, deve gastar um turno se movendo mais para perto para poder, então, atacar somente no seu próximo turno. Os personagens têm três possíveis formas de ataque: “Attack” sendo o ataque com sua arma, sempre físico; “Art”, que são as magias; Craft, que são habilidades únicas de cada personagem e pode-se dizer que são mais úteis que as magias.
Arts e Crafts são dois pontos interessantes do gameplay. No mundo do game, a magia existe devido a minérios, chamados de Sepith, que quando sintetizados e transformados em Quartz, dão certos poderes ao usuário. Entretanto, para usar os Quartz, necessita-se de um pequeno aparelho que “ativa” esses itens. Sendo representados por esferas, o jogador pode equipar-se com até seis Quartz. Vale dizer que há diversas regrinhas para equipar as esferas.
As Crafts são habilidades únicas de cada personagem e são adquiridas conforme seu nível sobe. No geral, são diversas melhorias de equipe, ataques que impõem status negativos nos inimigos e o “especial” do personagem. Há uma barra verde abaixo das outras barras do personagem, chamada de “CP”, que é o mesmo que uma barra de mana só que para as Crafts. Detalhe: essa barra enche conforme o personagem leva/inflige dano, seja mágico ou físico. São usadas ocasionalmente no começo do jogo, mas depois de certo ponto, o jogador até esquece das magias (com exceção das de cura, claro). Como contratempo, essa barra tem um máximo de 200 e não é possível expandi-la.
Fora das batalhas, o gameplay é simples. Andar, conversar com outros personagens, visitar lojas, mexer em diversos menus. Há pequenas side-quests que podem ser completadas para ganhar dinheiro e ranking entre os Bracers.
Falando em personagens, aqui estamos bem servidos. Fora a carismática protagonista Estelle e seu concentrado e gentil irmão Joshua, vários personagens marcantes aparecem ocasionalmente para compor seu grupo. Dentre os que aparecem logo no começo do jogo, estão: Scherazard, uma bela Bracer amiga de longa data dos irmãos, é durona e bota medo com seu chicote, além de não recusar uma bebedeira; Olivier, um estrangeiro “estranho”, porém divertido e fonte de diversas risadas durante o gameplay. Merecem destaque: a gentil e misteriosa Kloe, a fofa e inocente Tina e o “senhor gente-boa-e-fortão” Zane. Seu grupo tem como membros fixos Estelle e Joshua. O terceiro membro muda a cada capítulo e um quarto membro é ocasional. Cada personagem tem sua própria história, maneira de ver o mundo, ambição e conexões com outros NPCs.
Se você é fã de RPGs e tem um PSP ou PSVITA, este game é obrigatório. O pessoal da Nihon Falcom caprichou no desenvolvimento e criou um clássico do gênero. Com sua história muito bem escrita, personagens carismáticos e gameplay convidativo, o game deve te prender por, pelo menos, 50 horas e é diversão do começo ao fim. Uma recomendação é ver a tradução da música dos créditos finais enquanto ela toca: aumenta em 200% a força do final e a vontade de jogar o segundo capítulo.
Conclusão:
Gráficos: 7
Jogabilidade: 9
Som: 10
Minha opinião: 10
Total: 9
Pontos Positivos:
- História
- Narrativa envolvente
- Personagens únicos e carismáticos
- Trilha sonora
- Sistema de batalha fácil e atrativo
- Cassius Bright
Pontos Negativos:
- Gráficos simplórios
- Magias ofensivas ficam praticamente inúteis depois de certo ponto do jogo
- Não há dublagem